O que é?
A tendinopatia calcárea é definida como a deposição de cristais de cálcio entre as fibras dos tendões. Acomete de forma mais frequente os tendões que compõem o manguito rotador do ombro, sendo mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos.
Como se desenvolve?
Sua causa ainda não está esclarecida. Já foi observado que, no início do processo, algumas áreas do tendão sofrem uma transformação em seu tecido, passando de tendinoso a fibrocartilagem. Este novo tipo de tecido favorece o depósito de cristais de cálcio (hidroxiapatita, na maioria das vezes). Pode estar relacionada com alterações hormonais ou metabólicas, como diabetes, distúrbios da tireóide ou dos níveis de estrogênio.
Como se manifesta?
A dor é o sintoma mais frequente. Nos casos em que está presente, ocorre a formação de um processo inflamatório ao redor dos cristais, gerando estímulos dolorosos que, por vezes, podem ser bastante intensos. Cristais extremamente volumosos também podem gerar dor de forma mecânica, devido ao aumento de pressão no tendão ou através do impacto contra o acrômio (estrutura óssea localizada logo acima do supraespinal).
Qual é o tratamento?
Em 70% dos casos o tratamento não-cirúrgico traz bons resultados. Inicia-se com reabilitação fisioterápica para controle álgico e manutenção da mobilidade articular, além de prescrição de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
Nos casos em que essas medidas mais simples não forem suficientes para o alívio dos sintomas, podem ser realizadas a terapia por ondas de choque ou a aspiração guiada por ultrassom, ambas com bons resultados comprovados na literatura.
A cirurgia para retirada dos depósitos de cálcio é reservada para pacientes que não apresentem melhora após 3 a 6 meses de tratamento não-cirúrgico. Pode ser realizada por via aberta ou por vídeo, sendo a última a preferida por sem menos invasiva, proporcionando recuperação pós-operatória mais rápida.