A insônia pode ser definida como um transtorno caracterizado por dificuldade de iniciar ou manter o sono, despertar precoce ou sono de má qualidade e cronicamente não reparador, resultando em sintomas diurnos, físicos e emocionais, com impacto negativo no funcionamento social e cognitivo do indivíduo.
Os sintomas ocorrem mesmo em vigência de condições adequadas para o sono e os pacientes apresentam pelo menos um dos seguintes sintomas diurnos: fadiga, déficit de atenção, concentração e memória; disfunção sexual, profissional e acadêmica; irritabilidade, sonolência excessiva diurna; falta de motivação e energia; propensão a erros; acidentes no trabalho ou na condução de veículos; cefaleias, tensão e sintomas gastrointestinais; preocupação com o sono.
A privação ou redução do tempo de sono trazem diversos prejuízos ao organismo: alterações do humor, irritabilidade e impaciência, comprometimento da memória e concentração, aumento da liberação de hormônios relacionados ao estresse, contribuindo para o desenvolvimento de hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares, gastrointestinais e pulmonares, além de ansiedade e envelhecimento precoce.
Por isso, é fundamental que os pacientes com insônia sejam diagnosticados e adequadamente tratados!
O tratamento da insônia pode ser medicamentoso e/ou comportamental. Os resultados mais satisfatórios ocorrem com a combinação dessas duas modalidades terapêuticas.
Em geral, os medicamentos mais utilizados são os hipnóticos, antidepressivos sedativos, benzodiazepínicos e antipsicóticos.
O tratamento não farmacológico engloba a terapia cognitivo comportamental (TCC), técnicas de relaxamento e medidas de higiene do sono.
Insônia e Transtornos Mentais
A insônia é uma comorbidade em cerca de 90 a 93% dos casos de transtornos mentais graves. Ela tem grande impacto nos resultados do tratamento dessas condições e representa risco de recaída e recorrência.
Em muitos casos, a intensidade dos sintomas do distúrbio do sono é maior que a dos sintomas do transtorno mental subjacente e isso pode fazer com que o paciente procure o médico devido aos problemas de sono e não por causa dos sintomas de depressão ou ansiedade, por exemplo.
Cerca de 25 a 45% dos pacientes com algum transtorno de ansiedade apresentam queixas de insônia grave.
Existe também uma alta associação entre depressão e insônia. Esta é uma queixa residual persistente nos indivíduos deprimidos e um sintoma preditor de recorrência da depressão.
A associação clínica entre insônia e fibromialgia também é frequente. O prejuízo na qualidade do sono relaciona-se de forma recíproca com a dor, podendo ser causa, consequência ou fator perpetuador da condição dolorosa.
Para maiores informações, consulte um psiquiatra.
Referências:
-Associação Brasileira do Sono – www.absono.com.br
-III Consenso Brasileiro de Insônia – 2013
-Diretrizes para o diagnóstico e tratamento da Insônia